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Unus mundus. Una scientia?

O ideal da ‘unidade-do-conhecimento’ como regulador epistêmico, seus perigos e possibilidades

Marcelo Cabral|

24/03/2023

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Marcelo Cabral

Doutorando em filosofia pela Universidade Livre de Amsterdam e pela UNICAMP, estuda comunidades epistêmicas e sua relação com virtudes e vícios intelectuais. Possui mestrado em estudos teológicos pelo Calvin Theological Seminary. Possui graduação em filosofia e economia pela UNICAMP.

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Como citar

CABRAL, Marcelo. Unus mundus. Una scientia? O ideal da 'unidade-do-conhecimento' como regulador epistêmico, seus perigos e possibilidades. Unus Mundus, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, mar. 2023.

O Ideal da Unidade do Conhecimento

Timothy Williamson, um dos mais importantes filósofos vivos, afirma que uma instância de conhecimento ocorre quando há um encaixe (fit) da nossa mente ao mundo.¹ É nessa relação particular de adequação da nossa estrutura cognitiva à realidade que este estado epistêmico tão almejado, o conhecimento, pode ser obtido. A partir disso, podemos elucubrar: se o mundo é, de fato, uno, então poderia se esperar que a totalidade do conhecimento humano, ao se ‘encaixar’ a este mundo uno, seria, portanto, inteiramente coerente. Nossos diversos fragmentos de sabedoria e entendimento seriam, no fim das contas, integrados, conectados, e até hierarquizados e sistematizados, permitindo que as diferentes disciplinas, as várias ciências e demais ramos do conhecimento não concorressem nem andassem por vias isoladas, mas se combinassem e se integrassem. Esse sonho epistêmico tem antigas raízes. Tales de Mileto, ao propor que toda a realidade se fundamenta em uma única substância, a água, revelava exatamente esse anseio pela unidade – do mundo, é claro, mas também de nosso conhecimento dele. ​

Esse sonho epistêmico tem antigas raízes. Tales de Mileto, ao propor que toda a realidade se fundamenta em uma única substância, a água, revelava exatamente esse anseio pela unidade – do mundo, é claro, mas também de nosso conhecimento dele.

Tal anseio possui roupagens mais recentes. Isso é evidente em um conceito que tem gozado de certo protagonismo nas discussões teológicas das últimas décadas, a saber, a cosmovisão. Esse é um conceito polêmico e tem recebido uma série de interpretações e aplicações distintas.² Não obstante tal variedade, é seguro afirmar que a própria ideia de cosmovisão incorpora o anseio de dizer, de encontrar e de afirmar que os diversos ramos do conhecimento se integram em uma abrangente visão de mundo, onde intuições morais, julgamentos estéticos e os saberes científicos convergem e ganham sentido. A busca por uma ‘cosmovisão’, e mesmo a mera defesa de que os saberes humanos se organizam a partir de cosmovisões, não é outra coisa senão um modo diferente de perseguir o ideal da unidade-do-conhecimento.

Esse ideal encontra ainda muitas outras habitações. O observamos, por exemplo, no campo das interações entre a ciência e a religião. Ian Barbour, considerado o fundador (ou pelo menos um dos fundadores)  do campo dentro do debate contemporâneo, ao propor os agora famosos quatro modelos de interação³– conflito, independência, diálogo e integração – não estava apenas procurando descrever os modos como ciência e religião podem se relacionar, mas propondo uma visão normativa de como elas devem se relacionar. Por isso, ele favoreceu os modelos do diálogo e da integração, sustentando que, não obstante as grandes diferenças de formalização e conteúdo em suas afirmações, ciência e religião seriam, ambos, esforços para entender a mesma realidade e, portanto, poderiam ser concebidos em um todo coerente.

Isso é explicitamente defendido por Alister McGrath, outra das autoridades do campo das interações entre ciência e religião (especialmente o cristianismo):

Se o mundo é de fato criação de Deus, então deve haver razões ontológicas para um diálogo teológico com as ciências naturais. Longe de se tratar de um diálogo arbitrário [...], trata-se de um diálogo natural, baseado na crença elementar de que o Deus da teologia cristã é o mesmo que criou o mundo investigado pelas ciências naturais.⁴

E ainda:

Uma doutrina cristã da criação oferece uma janela explanatória tanto para o ordenamento do mundo natural quanto da capacidade de mente humana de discerni-lo e representá-lo [...] Em vez de sugerir que Deus explica aquilo que as ciências naturais ainda não conseguiram esclarecer, autores teístas mais atuais ressaltam a importância da crença em Deus para explicar o “quadro geral” – isto é, os padrões generalizados de ordenamento percebidos no universo.⁵

Surgimento do Ideal: A Nova Universidade Alemã

Einstein, até o fim de sua vida, almejou a unificação das forças físicas. Freud acreditava ter a capacidade de explicar a totalidade do comportamento humano a partir de uns poucos princípios. Herman Dooyeweerd defendeu que a totalidade de um modo de pensar se deriva de um único “motivo-base”, que funcionaria como ponto arquimediano de todo o pensamento. Ao menos até a metade do século 20, o ideal da unidade do conhecimento estava bem vivo e operante. Mas qual a sua origem?

Embora possamos remeter a eras tão distantes quanto à época de Tales de Mileto, temos hoje bases acadêmicas seguras de que a forma moderna do ideal foi gestada e maturada na Alemanha, ao longo do século 19.⁶ Com a inauguração da Universidade de Berlim, nasceu a identidade da moderna “universidade de pesquisa” (research university), que viria a fornecer para todas as universidades posteriores o modelo de vida acadêmica muito próximo do que conhecemos hoje. 

Nesse novo design de universidade, dois objetivos estavam claramente colocados: o progresso e produção de novo conhecimento especializado (Wissenchaft) e a formação do caráter moral e intelectual dos estudantes (Bildung). Nomes como Wilhelm von Humboldt e Friedrich Schleiermacher, grandes responsáveis pela constituição, projeção e visão intelectual da Universidade de Berlim, estabeleceram esses objetivos como uma resposta a uma série de problemas e vícios que eles diagnosticavam no modelo até então corrente universitário: uma generalizada fragmentação do conhecimento, uma preocupação exagerada com status e dinheiro, a formação e currículo tendo por principal meta a garantia bons empregos na burocracia oficial e colocação no mercado de trabalho, entre outros. Para eles, esses problemas eram sintomas de uma doença social e cultural mais ampla, fruto da modernidade, como o individualismo, o domínio crescente da tecnologia em todas as áreas da vida, o materialismo e a perda da própria liberdade em mundo crescentemente capitalista e burocrático. Schiller, em sua aula inaugural na Universidade de Jena em 1789 intitulada “O que é História Universal e por que Estudá-la?”, argumentou que essas tendências perniciosas se incorporavam na figura do “acadêmico carreirista” (Brotgelehrte), que não tinha inspiração e, portanto, não era capaz de inspirar ninguém; era preguiçoso, mas competitivo; e era dogmático, por proteger e insular excessivamente sua expertise de outras áreas do conhecimento. Era, em suma, um “burocrata de mentalidade-fechada”. 

Para eles, esses problemas eram sintomas de uma doença social e cultural mais ampla, fruto da modernidade, como o individualismo, o domínio crescente da tecnologia em todas as áreas da vida, o materialismo e a perda da própria liberdade em mundo crescentemente capitalista e burocrático.

Assim, a nova universidade apadrinhada e liderada por Humboldt e Schleiermacher serviria como o grande antídoto contra esses mal-estares, corrupções e vícios, se erigindo como a grande instituição onde a liberdade de pensamento, a formação do caráter intelectual (Bildung), e a produção de conhecimento (Wissenchaft) seriam enfim alcançadas. Mas isso só seria possível se esses objetivos tivessem como fundamento último não um fim instrumental (a carreira, o dinheiro, a burocracia estatal etc.), mas o próprio conhecimento, como fim em si; desse modo, todas as diversas disciplinas e atividades epistêmicas não seriam nem dispersas nem antagonistas, mas concatenadas em um grande projeto de comunidade intelectual e avanço do espírito humano. Qual ideal forneceria essa conexão? A unidade-do-conhecimento. Assim, a universidade seria, de fato, um tipo de universo. Como disse Schleiermacher em Occasional Thoughts on German Universities in the German Sense [Pensamentos ocasionais sobre universidades alemãs no sentido alemão]:

Acordar a ideia de conhecimento sistemático, da ciência, na nobre juventude... de tal modo que ela se torne uma segunda natureza, vendo todas as coisas da perspectiva da investigação sistemática, vendo as coisas não em isolamento mas em sua interconexão intelectual e colocando-as em um contexto mais amplo, sempre em referência à unidade de todo o conhecimento... esse é o objetivo da universidade.⁷

Esse ideal se projetava para muito além dos limites da vida universitária. Era também um ideal político: dos diversos condados e principados que constituíam a Europa, se almejava a formação dos grandes Estados Nacionais integrados. Era também um ideal filosófico: o idealismo de Schleiermacher, Fichte, Schelling e outros – todos inspirados por Kant – tinha como ponto comum a ideia da unidade do conhecimento como um princípio regulativo, em que uma comunidade de acadêmicos e estudantes livres perseguiriam juntos o aprendizado liberal e o conhecimento puro.

Como Friedrich Schelling, em 1808, disse:

O conhecimento do todo orgânico de todas as ciências deve, assim, preceder a educação particular focada em uma única especialidade. Qualquer um que se devote a uma ciência em particular [...] deve saber como relacionar essa ciência particular a si mesmo, assim como saber pensar não como um escravo, mas como um homem livre, no espírito do todo”.⁸

Como defendeu Friedrich Schiller, para se livrar do “acadêmico carreirista” a universidade deveria promover a investigação aberta e livre, todavia estruturada em uma ordem maior, tendo em vista um todo intelectual que forneceria significado e um lugar de coerência para cada investigação particular. É interessante notar como essa visão, de que o todo fornece a coerência para cada uma das partes, seria um tema central na filosofia de Herman Dooyeweerd.¹⁰

Entretanto, já em 1830, tanto na Universidade de Berlim como em todo o sistema educacional alemão (e, por tabela, europeu), um senso de crise se instalava. Os ideais dos fundadores pareciam distantes da realidade concreta, tanto da situação nas instituições de ensino como dos valores culturais vigentes. 

O Perigo do Ideal: Exclusão e Totalitarismo

A fragmentação do conhecimento é um dos grandes dilemas atuais das instituições acadêmicas. Não somente as diversas disciplinas pouco interagem, mas mesmo ramos dentro de uma mesma disciplina têm se desenvolvido de maneira relativamente autônoma. A despeito dos diversos esforços e projetos de pesquisa inter, intra e transdisciplinares, a realidade atual da divisão epistêmica reflete um mundo muito distante do ideal de unidade-do-conhecimento.

O problema, entretanto, não é apenas factual, de um sonho nunca realizado e então completamente abandonado.¹¹ O maior perigo se encontra na valorização excessiva desse ideal: a busca obsessiva por tal ponto de integração pode gerar distorções teóricas profundas, além de propagar múltiplos e perigosos vícios intelectuais.

Alguns problemas são mais evidentes. Quando se busca uma certa unidade-do-conhecimento, o que isso exatamente quer dizer? Que existe um princípio, uma proposição, uma teoria, ou um método único capaz de fundamentar a totalidade do conhecimento humano? Como a história das ciências e da teologia mostram, seus praticantes foram incapazes de encontrar e concordar em tal ponto comum.¹² Ademais, ao tentar fundamentar todo o saber em um princípio abstrato, corre-se o risco de eliminar, ou ao menos minimizar, fatores locais e circunstanciais que afetam invariavelmente todas as atividades intelectuais humanas. Donovan Schaefer coloca o problema da seguinte maneira:

O que Tully chama de "armadilha da cosmovisão" é a tendência em muitos sub-campos (ciência e religião, religião e ecologia) de exagerar a importância de um conjunto de coordenadas conceituais e minimizar os parâmetros materiais, ecológicos e afetivos dentro dos quais as interpretações dessas coordenadas acontecem.¹³

Há ainda um perigo mais grave. Quando se elege um único princípio como o fundamento de todo o saber, as ideias, as teorias, os repertórios conceituais ou as visões de mundo que, por uma razão ou outra, não se encaixam bem em tal princípio fundacional, são sumariamente excluídas. Os detentores de tais saberes passam a sofrer injustiça epistêmica – são cancelados da conversa intelectual, excluídos de espaços e comunidades epistêmicas, e, em alguns casos, sofrem injustiças ainda mais graves.¹⁴ O apelo a uma “totalidade intelectual” pode se manifestar em um perigoso caminho rumo ao totalitarismo político e cultural.

Quando se elege um único princípio como o fundamento de todo o saber, as ideias, as teorias, os repertórios conceituais ou as visões de mundo que, por uma razão ou outra, não se encaixam bem em tal princípio fundacional, são sumariamente excluídas.

Theodore Adorno, em Minimia Moralia, publicado originalmente em 1951, declarou que “o todo é falso”, invertendo, desse modo, a máxima de Hegel, “a verdade é o todo”.¹⁵ Assim como faria mais tarde Anne Harrington, Adorno atentou para uma conexão, ainda que branda, entre o ideal de unidade-do-conhecimento e o totalitarismo nazista. Em ambos, elementos “estrangeiros” eram vistos e tratados com hostilidade.

Unus mundus. Mas será possível una scientia

Una Ciência? Sabedoria, Humildade e Multiplicidade

Apontar perigos no uso e na história do emprego de um conceito ou de uma ideia não é o mesmo que defender seu abandono. Assim como McGrath, penso que a realidade pode, sim, ser concebida como um todo coerente, desde que se siga dois passos essenciais. 

O primeiro é reconhecer que a realidade é multifacetada, constituída de itens, eventos, processos e relações muito diversos, e que, por isso mesmo, só podem ser apropriadamente conhecidos por meio de uma variedade rica e diversa de métodos, teorias e princípios epistêmicos. 

O segundo passo é afirmar a necessidade radical do cultivo da virtude da humildade intelectual.¹⁶ Entre várias das disposições habilitadas por essa virtude, está aquela de reconhecer a limitação e finitude de todos nossos esforços, nossos empreendimentos e nossas realizações intelectuais. E, por isso mesmo, essa humildade implica uma contínua abertura para repertórios conceituais, sistemas de linguagem e visões de mundo que divergem da nossa. Assim, o possuidor de humildade intelectual evita reduzir a complexidade e variedade do mundo a fórmulas fáceis; de achar que um sistema filosófico ou teológico único é capaz de abarcar e responder todos os problemas, e de pensar que uma estreita configuração epistêmica (como uma cosmovisão) pode adequadamente explicar e guiar inteiramente a vida humana.

Assim, reconhecendo esses dois princípios, podemos buscar um conhecimento unificador em bases mais seguras. Linda Zagzebski, por exemplo, enxerga a sabedoria como um entendimento relacionado a um insight unificador, em que “se compreende [grasp] o todo da estrutura da realidade”.¹⁷

Esse tipo de entendimento unificador, quando perseguido por uma mente virtuosa e humilde, pode resultar em uma estrutura noética (intelectual) madura, ou, se preferir, sábia. Como colocam Roberts e Woods:

Uma estrutura noética madura é um conjunto de crenças, entendimentos e memórias que é significantemente consistente, no centro da qual estão algumas crenças e entendimentos especiais, valiosos e estruturantes. Com a maturidade (sabedoria), a estrutura assume uma forma mais definida e firme. Ela pode funcionar como um esquema interpretativo, uma configuração [framework] para compreender alegações e propostas, um conjunto de conexões explanatórias, uma base para se ler, avaliar e revisar a realidade. Em seu estado mais maduro, esse esquema interpretativo se torna uma visão de mundo, uma orientação [sábia] para o entendimento de seu mundo e vida, tal como para a ação.¹⁸

Tal “esquema interpretativo”, ou estrutura noética madura, se for sábia, será ao mesmo tempo firme e flexível. Nossa vida intelectual ocorre em uma interação dinâmica com diversos atores e ambientes, ambos se transformando constantemente. Por isso, precisamos estar sempre nos apropriando, pensando e adquirindo novas informações, inteligentemente interagindo com visões diferentes e até opostas das nossas, e aplicando nossa estrutura intelectual em novas situações que podem – ou não – encaixar-se nela. E tendo em vista que  as práticas epistêmicas envolvem um contínuo ajuste, precisamos não apenas de tenacidade em relação aos conhecimentos que possuímos, mas também uma abertura àquilo que pode ocasionar melhorias e, em algumas circunstâncias, revisões substantivas em nossa visão de mundo.

Unus mundus. Uma ciência? Só se for a ciência da humildade. 

 

Os conteúdos das publicações da revista digital Unus Mundus são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a visão da Academia ABC².

1. Sua grande obra na área de epistemologia é Knowledge and Its Limits, em que ele expõe sua teoria conhecida como “knowledge-first epistemology”. Timothy Williamson, Knowledge and Its Limits, 2000.

2. Para uma boa introdução aos usos e história do conceito, ver: Richard Dewitt, Worldviews: An Introduction to the History and Philosophy of Science, 2018. Ver também: David K. Naugle, Cosmovisão: a história de um conceito, 2017.

3. Veja, por exemplo, Ian Barbour, Religion and Science: Historical and Contemporary Issues, 1997.

4. Alister McGrath, A ciência de Deus, 2016, p. 35.

5. McGrath, 2016, p. 234.

6. Para uma brilhante exposição dessa história, ver: Paul Reitter; Chad Wellmon, Permanent Crisis: The Humanities in a Disenchanted Age, 2021. 

7. Friedrich Schleiermacher, Occasional Thoughts on Universities in the German Sense: With an Appendix Regarding a University Soon to Be Established (1808), 1991.

8. “Lectures on the Method of Academic Study”, em: Louis Menand, Paul Reitter, and Chad Wellmon (eds.). The Rise of the Research University: A Sourcebook, 2017, p. 87.

9. É importante destacar que o ideal da unidade-do-conhecimento funcionava, precisamente, como um ideal. Isto é, os neo-humanistas sabiam que não seria algo acabado, um bem epistêmico produzido de uma vez por todas. Seria um fim sempre provisório, impulsionando um círculo virtuoso acadêmico: a vida acadêmica (scholarship) seria essa sempre aberta investigação e reavaliação daquilo que se pensa ser a unidade do conhecimento, propagando uma busca intelectual nunca acabada. 

10. A apresentação mais completa de seu sistema filosófico se encontra em sua obra: Herman Dooyeweerd, A New Critique of Theoretical Thought, 1953.

11. “As scholarship became more fragmented in the late 1800s and as the quest of knowledge seemed, accordingly, to grow more quixotic, scholars with liberal commitments, such as the historian Theodor Mommsen, expressed a sense of disappointment… Disillusioned with political unification under Bismarck, they had found solace in the pursuit of intellectual unity”. Paul Reitter; Chad Wellmon, 2021.

12. Peter Harrison, juntamente com outros historiadores, têm mostrado como a reificação dos próprios conceitos “ciência” e “religião” causa sérias distorções em sua compreensão histórica, e nos diversos moldes que tais conceitos assumiram em diferentes localidades e épocas. Ver: Peter Harrison, Os territórios da ciência e da religião, 2017.

13. Donovan O. Schaefer, “The Territories of Thinking and Feeling: Rethinking Religion, Science, and Reason with Alister Mcgrath.” Zygon, 2022, 57: 200-222.

14. Veja, por exemplo, a polêmica e bem-informada crítica que Jacob Alan Cook faz ao uso da idea de “cosmovisão cristã”, com raízes no colonialismo e racismo. https://baptistnews.com/article/a-short-history-of-the-roots-of-colonialism-racism-and-whiteness-in-christian-worldview/. Veja também seu livro: Jacob Alan Cook, Worldview Theory, Whiteness, and the Future of Evangelical Faith, 2021.

15. Theodor W. Adorno, Minima moralia, 2008.

16. Essa virtude intelectual tem sido profundamente estudada e caracterizada. Para um bom overview, veja: Nancy E. Snow, “Intellectual Humility”, The Routledge Handbook of Virtue Epistemology, 2018. Veja também: Robert C. Roberts; Jay W. Wood, “Understanding, Humility, and the Vices of Pride”, The Routledge Handbook of Virtue Epistemology, edited by Heather Battaly, 2018.

17. Linda Zagzebski, Virtues of the Mind: An Inquiry into the Nature of Virtue and the Ethical Foundations of Knowledge, 1996, p. 49-50.

18. Robert C. Roberts; Jay W. Wood.  Intellectual Virtues: An Essay in Regulative Epistemology. Intellectual Virtues, 2007, p. 210.

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